meu vazio
minha carne persistente
minha mente fugaz
minha existência ausente.
Um dia depois do outro, aquele interrompido pelo desespero da mente sã
Desespero do entendimento completo do mundo
Completamente desesperado pelo entendimento da incompletude do homem
Entediado pela existência única dum ser tão perpétuo
Unificado pelo pensamento frequente de uma existência no incerto
Decepcionado! Pela poesia inútil pras curas do mundo.
Chove uma água tão leve
leve, o meu ser em seu pranto
Ando, encontro becos e cantos
Te amo, da água que bebe
Me veja, nos apuros de um céu bêbado,
Beija, um rosto marcado,
de lógica, axiomas trancados
nos mistérios dessa água que cedo
existo, como e bebo
ando num passo atônito
respiro um ar carioca
transito na ponte heroica
Vi-me, vendo o mundo atento,
Elucubrando uma arte vidal
A beleza: agride olhos ingênuos
Liquidez duma alma mortal
Constante pulso dum caminho incerto
pedaço ermo do meu jardim antigo
Absorto sento no chão verde e limpo