Neste mundo de consumo
eu perco meus cabelos,
adoeço dos meus nervos
e já não sei quem mais eu sou;
Uma bota, um sapato
um rodapé esquecido
num catálogo do verão passado
fiquei velho e mais amargo,
e no inverno sobrou carvão
afogado em meu coração ingrato
neste mundo de consumo
desgarrado numa solidão;
Compro a roupa, compro o jogo
compro o smarthphone
da uma última geração
mas cousa louca,
só sinto preencher um vazio
Tão estupendo quanto o rio Nilo
nas mãos de Moisés e Aarão;
Neste mundo de consumo
fui engolido pela tevê
abandonei o hábito de ler
e banalizei o ato de comer
em minha alma sobrou nada
pois o que era minha verdadeira
identidade
no mais tardar evaporou.