Derramei...
Derramei, vazou por todo lado
Não era intenção apenas escapou
Quando tudo fica amontoado.
O gosto de sangue na boca
O livro que ficou fechado
A lata de sardinha aberta
Um dedo sujo, fedido e cortado...
O drama na peça de teatro
O peixe fora d\'água morre?
Morte da esperança da certeza
Morre o brilho da falsa lamparina
Aquece o corpo na brasa fumegante...
Derramei, transbordei...
Surtos poéticos, lamentos proféticos por oradores herméticos...
Derrama! Escorre! Explode! Bummmm!
O vulcão dorme por centenas de milhares de anos....
Mas, ele um dia derrama!
Bárbara Guimarães
D/A 9610. 98