Carlos Lucena

SENHOR DAS HORAS

SENHOR DAS HORAS
Adiante só as horas
Mas nem os relógios alcançam 
A suserania do tempo
Com a vida e seus ponteiros.
Minutos e segundos
Largam-se num ciclo vicioso
E na sua lentidão
São tão ligeiros
Que parecem desdenhosos 
E em seus passos de indefinição
Corre nas nuvens
Montado no ar
Embala as ondas
Estremece o mar.
Passa por entre as selvas
Por entre os homens
E como o gelo das cordilheiras
Derretido em sua foz
Ora é rio ora é mar.
Frio
quente
Lento, veloz
É assim o tempo em busca de nós!