Marcelo Veloso

CALEMBUR’ANDO

O touco é tosco,

o tronco é oco,

taco o toco e toca a taca,

que trocadilho, sem cadilho,

fio solto de ambiguidade.

 

O treco é turvo,

o troço é torto,

traço o trote e trata a traça,

que trocadilho, sem trilho,

fina sorte de exiguidade.

 

O tipo é top,

o topo é pop,

toma tento e tenta o tom,

que trocadilho, sem brilho

fim silencioso sem credulidade.

 

O tudo é tido,

o tato é todo,

torna mudo e muda o torno,

que trocadilho de um caudilho,

filial constância de mendacidade.