Rompendo trevas...
Já tive meu tempo de lagarta
Sozinha, sobrevivia de sonhos
O medo era forte, podou minhas asas...
Fui caminho... Sem ter estrada
Era rocha, ali estagnada
Faziam-me uma, pedra basilar
Viam-me assim, como elas
Muda e sem falas...
Rompi o casulo, criei asas
Ergui-me, matei o medo com minhas asas!
Pedras, são transportadas
Permito-me, pela poesia ser levada
Por ela, um passo por dia...
A vida ganhou outro sentido
Ainda que incida, sobre mim o tempo
A alma torna-se espírito indômito
Sobrepujando tempestades
Faço das agruras poemas, sem lamentos
Rompendo trevas
Sigo o curso da aurora, novo tempo...
Ema Machado.