Que saudade da casa da minha mãe,
lá eu vivia bem.
Que saudade da casa da minha mãe,
de um tempo bom,
que não volta mais.
Que saudade da casa da minha mãe,
dos dias de chuva,
os quais eu ficava na cama assistindo televisão.
Que saudade da casa da minha mãe,
onde assistir desenhos,
era minha única preocupação.
Que saudade da casa da minha mãe,
do cheiro do café quentinho,
quando acordava cedo no domingo.
Que saudade da casa da minha mãe,
de quando me colocavam na cama,
se eu estivesse dormindo.
Que saudade da casa da minha mãe,
eu tinha um joelho ralado,
e não um coração partido.
Que saudade da casa da minha mãe,
do tempo tinha medo do escuro,
e não da conta de luz.
Que saudade da casa da minha mãe,
da época que eu tinha muitos piolhos,
e nada de boletos.
Que saudade da casa da minha mãe,
de ver filmes com meu pai.
Que saudade da casa da minha mãe,
de anos que não voltam mais.
Que saudade da casa da minha mãe,
onde tudo o que eu queria estava lá,
mas nem mesmo eu,
havia notado isso.