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Isabela Fenix

Vale da morte

Vale da morte
Lendo e declamando
Lendo e relendo
Não apenas uma vez mais várias vezes
Lendo este texto duas e mais vezes
Ao ponto da obsessão

E sempre chego na mesma interpretação
Concluindo, sou uma mera anotação no rodapé de seu livro
Não sou nem introdução, nem desenvolvimento, apenas a mera anotação de um rodapé

Contexto, oh!, me desenvolva
E me envolva entre teus braços e me inclua em teus abraços

Mas, apenas, através desta porta - estou -de aço estou a absorver o teu distanciamento

Estou te vendo
No meio da multidão tão distante

Estou também no meio da multidão
Ao contrário de você, eu estou perdida no meio da multidão
Tu e teus egos
E eu com minhas inseguranças
Moi et mes insécurités

Mal consigo escrever
Meus textos são escassos e sem graça

Voando estou nesta cidade esquecida por Deus.
Por quê?
Por quê, me esqueceu tão bem...
Ah, se essa tela fosse papel
O velho papel de meu diário velho e surrado
Ele foi totalmente preenchido com declarações \'tuas\'
Os borros dos respingos das lágrimas tu veria

É o D; Mim
Para; Ti

Textos e mais textos
E poemas e mais poemas
Talvez histórias
Talvez contos
Algum dia...ei de esquecê-lo.

Cair no esquecimento
Tomber au bord du chemin
Je tombe à l’eau
Ou simplesmente enlouquecer.
E em meus últimos suspiros
Oh!, Como dói!
Teu rosto
Teu rosto, ele me perturba
Ton visage me dérange

Acordei assustada
Sonhei com você
Sonhei que você me amava
E acordei chorando, pois, tudo não passava de um sonho
Mas, um peça solta neste quebra-cabeça incompleto.

Não posso mais
Até quando irei suportar?
Não sei.

Meus ossos viraram pó
Mas, minha alma se encontra inconsolável
Perdida entre a vida e a morte

No vale da morte
Vallée de la mort

Nem na morte tenho alento.