Carlos Lucena

SEM DIALÉTICA

SEM DIALÉTICA

No quarto escuro da inspiração
De luz apagada.
Vou tirando as vestes 
Do meu eu demente
E despindo minha mente
E com minha alma 
Desnuda e muda
Ponho os pés descalços
E caminho...
Entre laços
E embaraços.
E piso
Sobre as letras de um poema
E sobre as palavras 
Que bailam na escuridão 
E piscam 
Como estrelas apagadas
E Luzes embaçadas. 
Termino 
Não gostando dos versos.
Me sai uma Poesia torta
Parecem aleijados.
Tomam uma bengala
E saem mancando nos livros
De páginas pálidas
E rastejando
Pelas estantes da vida
Sem rima
Sem métrica
Nem dialética
Nem poema
Nem poesia...!