Vlad Paganini

OUTONO

OUTONO

 

Brota o outono em mim

Tarda a noite e vejo no horizonte sem fim

Nuvens alaranjadas de um final de tarde

Escombros de mais um dia a tua espera

 

Tarde com cheiro de folhas secas, feridas

Olho no horizonte e te vejo

Tua sombra me espanta entre a névoa da tua tristeza

 

Tarde ardente infinda de sol quente como tua pele

Tarde que ameaça tua volta teu acaso com o meu acaso

 

Logo tarda a noite e nela meu corpo te chama

Minha pele grita pela tua

A tua roça longe nos ventos

E traz em tua mente os meus e os teus desejos em pensamentos

 

Agora noite fria de um sol que queimou durante o dia

Me traz você em tua amargura com tua saudade em agonia

Noite da minha saudade e dos teus delírios

Noites de sonhos que ainda estão tão vivos  

 

Tarde que se foi, mais uma que me deixa na ânsia e me provoca arrepios

Sensação da tua volta do teu corpo na minha canção

Da tua alma na minha cachoeira

Do teu tesão dentro do meu refrão

 

Outono amanhã será passado

Na beira da cama que a tua falta não cabia no peito

Hoje é brasa que queimo e conclamo:

Sei e serei o som das palavras, o ritmo da canção 

Terei você todo em muitos, gemendo em múltiplos

Todos em um, todos pra mim e todos em mim!

 

Vlad Paganini