Não tentem interpretar minha transloucada forma de poetizar.
Nem eu, servo da minha loucura, tenho essa doida pretensão.
A sanidade me oprime e a loucura me liberta.
Acredito que nada sei e de mim sei menos ainda.
Apenas, em transe, a pena empresto, para mim ou sabe-se lá mais pra quem.
Como a caridosa mãe de santo, que empresta o generoso corpo, para servir de cavalo para os orixás.
Alguns dóceis e profundos. Outros agressivos. Tantos com lascívia sedução ou infantis brincadeiras.
Hoje habito esse corpo e ontem quem fui ? Amanhã quem serei?
Sim, confesso, não sei o que digo. Apenas digo, como um vulcão que cuspe larva.
Eu só grito, para ver se me escuto.
Sim, tento falar comigo mesmo. Como não tenho diário, faço poemas ou sussuros. Coisa de gente louca, graças a Deus.
Não analisem minha poesia. Apenas a absorvam, com sua própria sanidade ou loucura. Não com os meus, mas com os seus olhos e mente. Mas lembre que a mente sempre mente.
E só tenham pena de si mesmos e não de mim. Deixem que de mim, eu não me apiede ou me conforme com o medo de ser ridículo.
Permitam-me viver com meus próprios demônios.
Eu os alimento todos os dias, para que os meus anjos não me matem de tédio.