há um abismo na escrita
uma queda, um despenhadeiro
há um horizonte que grita
uma estrada e entroncamento
uma dúvida que nos agita
orbita-me quimera de estrelas
são sonhos reais, verdadeiros
fita-me a face do amanhã
um porto e cais, um acolhimento
recita-me a esperança sã
o que me faz o mensageiro
o parasita e o hospedeiro?
o que me faz o sinaleiro
portador da sina ou do lamento
o próprio sismo que terrifica
ou a curta ilusão que pranteia
a alma revestida do medo?
mas a febril fé ainda vivifica
na verdade crua que à luz ponteia
há um alívio na escrita