Na vida se acostuma com tudo,
só não se deve a tudo consentir,
o risco da acomodação ao mundo
é não poder, sequer, sorrir.
Os olhos vendados à razão,
muito nos faz tropeçar,
mas a tristeza não é sentinela,
para poder nos inquietar.
Dívidas com a verdade
pode nos pedir alta fatura,
ser genuíno, generoso e gentil
é o essencial da nossa postura.
Conservar-se sempre na retidão,
não dar chance alguma ao devaneio,
pois a rendição à superficialidade,
pode nos criar um grande enleio.
Na vida se acostuma com tudo,
mas o nada pode ser o reflexo,
de que mesmo completo, se sentir vazio,
sem rumo, sem amor e sem nexo.
Conceitos e conselhos emergem,
num priorizar como sem engano,
debulhando e semeando discórdia,
num rigoroso imperfeiçoar humano.
O êxtase da imensurável liberdade,
tem o efervescer destoante,
que proporciona um tom lívido,
em um significar deselegante.
Revigorar-se no benfazejo,
dá a pertinácia adequada e ideal,
silencia o barulho da crueza,
para ressoar o amor incondicional.
Na vida pode-se acostumar com o tudo,
mas, o hábito deve ser peculiar de cada um.
Na vida pode-se até aceitar o nada,
mas jamais assumir como um axioma comum.