Beijarei a face da vida para que ela revele-se; tão imiscuída assim, eu e ela, sem que me dê conta somos uma, enfim. Percebendo essa unidade, as idades se vão e em vão o tempo contará os seus passos, já não estaremos em seu compasso.
O mundo se abriu e o infinito é o que existe, persiste e é real.
A maré e suas ondas vagando sem rumo chegam e nos abraçam fraternalmente, riso de criança a brincar nas espumas macias.
O azul celeste, de tão azul nos envolve em sua cor sem dor, com sabor de mel, um pouco já satisfaz, e tudo o que é visível e palpável já não é.
Imersa em sonho imenso, que se desfaz frente ao que nos absorve, nos envolve e nos dissolve em outro real, para além do papável, do carnal; para o inconcebível infinito que ao se desfazer, se refaz em ondas aspirais. Um mergulho na vida que não se finda, jamais.