Ema Machado

Descanso...

Descanso...

 

O queria, mas, não assim

Lúdrico, em cor de lápide

Com gosto de vazio, que se adona

Invade...

Nunca fui terreno infértil

Trilhei desertos, o rumo era incerto

Encontrei um oásis

E você vem, se instaura

Tentando devolver a obscuridade

Não ouço, seu lamento

O sorriso, ainda não morreu

Vive latente, aqui dentro

A primavera aguarda, enfeita-se

Há eflúvios nos ares, paz a espreita

Passará a tormenta, a flor nascerá

Verdeje, esperança!

Pássaros a anunciam 

O silêncio, tornar-se-a descanso