Thiago Cezar

QUESTIONAMENTOS

No vai e vem desta vida

Não é fácil entender 

As diferenças do mundo

As maneiras de viver

Tem uns que nascem sem nada

Sem ter nem o que comer

E outros chegam a esbanjar

Ricos desde o nascer!

 

Tem sofrimento no mundo

Que o rico jamais vai saber

Para o pobre já é grande coisa

Estudar para saber ler

Pois são tantas necessidades 

Que não tem o que fazer

Sofrem tanto, os pobrezinhos

Que chegam pedir pra morrer.

 

Na mesa dos abastados

Lagosta e camarão 

Vitela e entrecôte

Picanha e também salmão 

Já estão acostumados

Nem pensam na situação 

Quem teve tudo na vida

Não pensa no seu irmão!

 

Na mesa de gente pobre

É triste, mas vou contar

Farinha de mandioca 

Quem dera ter o fubá

Carne ali não existe

Se quiser tem que caçar 

Hoje em dia nem feijão 

O pobre não vai comprar.

 

Os filhinhos maltrapilhos 

Magros, com muita fome

Olham o pai, olham a mãe 

Mas no final, nenhum come

A tristeza é tamanha

Não lembram nem do seu nome

Creiam, é a verdade

São coisas do bicho homem!

 

Já os filhos dos barões 

Felizes, desde o nascer

Mansão, carrões e empregadas

Fama, dinheiro e poder

Coisas que só quem tem posses

São capazes de saber.

 

Se eu pudesse eu perguntava

Para o Deus onipotente:

— Me disseram que eras o pai

De todo tipo de gente

Me responda de verdade

O que o Senhor sente

Vendo o rico ser feliz

E o pobre descontente 

Um com a barriga cheia

O outro, triste e doente

Não serias o culpado 

Esse Deus aqui presente?