Quando os últimos se forem com direito à despedida
E o choro dos que ficaram se enfraquecer;
E os impérios que se desmoronam terminarem de cair junto às suas máscaras ridiculamente mal colocadas.
Quando as disputas atuais cessarem
E as eleições passarem tão rápido quanto os mandatos insignificantes para a eternidade.
Depois que a quarentena da razão se esvair como os decretos de isolamento e distanciamento dos sonhos, beijos e abraços.
E os torneios que precisaram de um campeão em campo tiverem dado suas insensíveis voltas olímpicas
Ao redor de hospitais de campanha que agora são estádios novamente.
Depois que os números, picos, platôs e gráficos achatarem o nível da curva das nossas consciências e paciências.
Quando as cloroquinas, ivermectinas e azitromicinas, chás de boldo e mastruzes não surtirem mais nenhum efeito nas conversas e discursos.
A partir da hora exata em que as sirenes escolares tocarem, as crianças gritarem e o recreio iniciar;
E os velhos andarem de mãos dadas na praça central novamente, pois os respiradores serão os ventos que lhes tocam as faces enrugadas no sorriso.
O álcool será apenas mais um inimigo social para ser vencido!
Tudo se repete e não vai parar até que chegue ao fim, já que o vírus tem seu ciclo, dizem, mas o ciclo da vida impõe o verdadeiro ritmo.
Vamos então concluir que os números são espírito, alma e corpo, estão vivos, eles não morreram, apenas atravessaram o rio um pouco antes de nós.
Não teremos um novo normal para viver!
Continuaremos existindo pelo que sonhamos e desejamos, nossos prazeres pessoais, e isso é o normal nesse plano, nesse planeta.
Enquanto Deus nos espera em algum lugar, onde um novo normal é possível pelo seu poder realmente. Verdadeiramente!
E não mais quisermos procurar vacinas para um mal que já nos deixou, ou nos fez atravessar o rio também!
E os presentes no futuro se lembrarem de dois mil e vinte (e vinte e um), mas os problemas da rotina não deixarem muito tempo pra lembranças.
Saberemos que ela passou, vencida na História como tudo que existiu, no inexorável tempo que consome a tudo em suas chamas.
A esperança floresceu. O sonho renasceu. A vida é eterna graças a Deus!
Haroldo A. Sousa
(Presidente Figueiredo, AM, 04 de junho de 2020)