Da outra margem não sou mais
O que desejei um dia
Me distancio do cais
Das coisas que eu conhecia
Apenas enxergo o tempo
Estático e indo embora
Navegando pelo vento
Misturando-se aqui fora
Da outra margem vejo só
A vida que nos separa
Sem ponte pra nos ligar
Descendo pelo igapó
D’água pura que não pára
Dos meus olhos de rolar
Haroldo de A. S. (Santarém, PA, 21 de janeiro de 2010).