No inverno do cerrado, seco... desbotado
meio tons desalentados, em duros suspiros
a vida no acinzentado pousa baços retiros
que no vário tece um baralhado bordado
Ao fim do dia, o tardar e ventos em giros
tudo se confunde no abstrato e, é levado
aos amuos incógnitos, ali tão rebuscado
dos balés rútilos dos voos dos lampiros
Há esparso fumo nos cenários fustigados
melancólicos, vão pelos ipês descorados
dum colorido breve, caídos no barranco
Os tortos galhos tão áridos, empoeirados
nostálgico, dão variegados tons anuviados
pra assim versejar os espaços em branco...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2017, agosto - Cerrado goiano
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Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol
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