Na contramão vou seguindo, contra-mão arbitrária que leva para um precipício de injustiça sem fim, vias sem rotas de escapes e trilhas alternativas. Nado contra as ondas que tentam me atrair e me levar a um mar de manobra, que de longe aparenta ser belo e inofensivo, porém é profundo e perigoso.
Remo contrário a enxurrada de padrões e paradigmas que nos arrastam e nos afogam sobrepondo-nos jugos.
Corro com a impressão de estar solitário e singular, mas ouço sussurros espalhados das margens do caminho, são dos que foram exclusos e desprezados por não se adaptarem ao sistema.
É preciso coragem para pular da comitiva e continuar o percurso a pé, só assim se faz o próprio caminho.
Sigo tentando ser lampejo aos que vivem na escuridão, poesia em tempos banais e fúteis, e ombro a quem não tem nenhum amparo.