Olhei para o céu,
E a Lua nua fez questão de brilhar sob minhas dúvidas,
Ao olhar a noite em sua forma crua,
Imensa e bela,
Me pergunto…
Qual é o meu nome?
Bastaria me contentar com o nome que me deram,
Dormir e viver os dias tranquilamente sabendo que esse é o meu nome,
Assim, só por ser mesmo,
Porque tinha que ser assim,
Porque quiseram assim,
Mas não…
Não me contento,
E também procuro respostas em outras dúvidas.
Se o céu não se chamasse céu,
Eu poderia chamá-lo de “meu”?
Que graça teria a palavra: “vermelho”,
Se não remetesse ao sangue e ao vinho?
Se a Lua não tivesse medo do escuro,
Que nome o Sol daria a ela?
Se as estrelas não estivessem mortas,
Qual seria o sentido de contar segredos a elas?
Se a luz não existisse,
Que brilho as sombras trariam?
Do que me chamariam caso não inventassem nomes?
Bebi dessas dúvidas inúteis,
Para no fim descobrir,
Que meu nome só é o meu nome,
Por você ter pronunciado ele na noite passada,
A vontade de dizer,
Deu luz a ele,
E o fez vagar da sua mente até as suas cordas vocais,
Ele escalou tua garganta,
Dançou com tua língua,
Tocou teus lábios,
E veio ao mundo em forma de ruído,
Foi abraçado pelos meu ouvidos,
Adormeceu na minha mente,
Me fez ver a Lua e o céu despidos,
Viveu sobre minhas perguntas,
E morreu ao lembrar que:
O meu nome só é o meu nome,
Por que um dia também foi teu.