Saio de mim
e me jogo nos versos
sem nenhuma reticência,
vírgula ou ponto final...
Nada temo em me expor
nesse strip-tease textual
que me dá a resiliência
Sou aquela
que delineia a espera do amor
com riscos e rabiscos do próprio existir
em frementes pulsações
sem arrefecer o sentir
Aquela que lê
na mão do destino
sem inquietação ou desesperança
a gestação do amor
com alegria e substância
Se me ponho nas palavras
tão explicitamente
é porque de esperar pelo amor
perdi o recato
Não há como deixar de ser aquela
que de esperar pelo amor
simplesmente ama!
Maria Lucia (Centelha )