Carlos Lucena

SETEMBROS

SETEMBROS

Agora que as folhas secas
Rolam indistintamente
E que os galhos
Das árvores retorcidos 
vão compondo copiosamente 
as Imagens do  que serão 
daqui pra frente.
Parecem esqueletos mórbidos
Bailando nas sombras 
do poente.
Dissecados da antiga clorofila
Para depois
Se revestir dos raios 
dourados do nascente
E abraçar o tom de cinzas do inverno.
E de broto em broto
Que do caule  despontam  vigorosamente
A  clorofila que 
antes fora dissecada
Reaparece no caule a sorrir
E na aquarela 
de setembro perfumada
Já prontas agora 
estão para florir.