Ema Machado

Medidas...

Medidas...

O olho posta-se no horizonte

Grãos de areia, unem-se, tornam-se rochas

Compõem os montes...

Rios correm a caminho do mar

Fundem suas águas, onde irão desaguar

O oceano, e sua colossal força

Bem dizem: “Uma andorinha só, não faz verão”

Frágil o ser, que anseia viver na solidão

Quem sou, para condenar?

A roseira se arma de espinhos, mas suas rosas

Além da inigualável beleza, exala eflúvios no ar...

Cactos vencem a seca, a muitas vidas sustém

Até que venha, a chuva...

O sol que dá a vida, é o mesmo a trazer sede

Com ela, a morte...

O vento que refresca, move montanhas

Carrega nuvens, destroça casas, árvores, arranca

A água que mata sede, e a tudo banha

É também a mesma, que alaga e  vidas, apaga

Lava até ao olho, onde arde a lágrima...

Nada é indefectível, e depende de medidas...