Victor Severo

Fardo desejado.

Para me livrar da dor atroz que me consumia.

Depois da luta de uma noite inteira insone.

Sai para rua naquela hora ainda vazia.

Esgotado louco a correr e a gritar teu nome.

 

Tombei febril rezando trêmulo aos teus pés.

E tudo que podia era franzir o cenho.

Já derrotado por tão humilhante revés.

 Com a certeza que hoje nada mais tenho.

 

 Preso agrilhoado em delírio fantástico.

De férrea vontade, que sádica me prendia.

E mesmo sofrendo permaneci estático.

Sempre mercê de tua doce vilania.

 

Esse desejo que a minha débil mente invade.

Que em febre arde alimentando essa crença.

De ser teu escravo mesmo contra a tua vontade.

Seguindo-te os passos te carregando qual doença.