Não esgotei as palavras.
A poesia não tem essa função.
Preponderantemente adquire vida a palavra na poesia.
Movimento apoiado na rima, na irreverência do poeta!
Não é fugaz quando traça um quadro da miséria.
É uma aresta da pessoa apaixonada, desesperada.
Exaure-se na embriaguez dos desajustados, nessa entrega.
Esfacela-se, improfícua, nos desesperançados, dissonantes.
É um quadro natural ou será surrealista?
De um poeta sensibilizado, usando as palavras como tinta
ou usando a caneta como pincel, essa poesia!
São tantos os temas desse quadro, nessas palavras.
Introduz-se na poesia novas e velhas palavras!
Novos e velhos poetas não a deixam morrer.
Defloram a poesia em torturantes recônditos, esses poetas,
manipulando as palavras nesses deleites transbordantes.
Palavras a esmo, desses poetas loucos, incansáveis.
Presenteando doces palavras nesses versos errantes!
Esses poetas enraizados nessas profundas cicatrizes,
disseminando amor, dor, sonhos nessas poesias desatinadas!