Porque ainda há de ter loucos que acreditam em mim?
Coroo meus trouxas velados, lacaios por um alguém.
Rotulam-me banal, desleal, injusto... Justo eu? Seria?
Horror, fobia e raiva hospedeiro meu, sentiria?
Já que há eu em todos os lados, mas ao lado de ninguém.
A ti, meus mimos discretos, um ardiloso ardil secreto.
Serão luxuosos e lustres, ilustres sob tua cabeça.
Dois lúgubres córneos arquiteto, atravessada avessa.
Redondo remorso, contra cria de tão pequenino feto.
Sou cria da necessidade, antônimo de fim viril,
primo sobrinho de tão odioso ódio, desejando...
Ao oposto meu, duas milágrimas de pavor e sódio,
já que às vezes a morte tende a ser mais gentil do que eu.
Ao arrombar porta, meu progenitor adentra a cabana,
custarás tu libras, cobrarei eu quilos de dependência,
larpeando comigo insubstituível inocência, pois,
eu em prontidão pronta, saltarei nu pela ventana.
Nem cachos, nem chifres... Asas? Ou rabo?
Se por eterna injúria de mim a ti prometida;
Descobrirás tu, o grande orgasmo da vida?
Serei eu, fruto prazeroso entre deus e o diabo?
E para aqueles com voz sem flores ao meu jardim,
Vós, filhos, filhas e falhas da minha dor;
E tu que não aceitas o titubear de tão pacato fim.
Voltarei a repetir meu enigma com amargor...
Porque ainda há de ter loucos que acreditam em mim?
Logo eu, que sou o amor.