Edla Marinho

GÊMEAS

Gêmeas, nossas almas em completude
Dançaram ao som de venturas de outras vidas
Encontro de passados infinitos...
Nossas vozes se falavam e se entendiam em sussurros calados.
Fomos amantes, amigos, sei lá...
Apenas sei que me ouvias sem que eu falasse
Meus ouvidos beijados por tuas palavras
Também se faziam cúmplices
do elo que se firmou na eternidade.

Seguimos, nessa vida, separados
Sem que as almas se separem de fato
E os sentidos todos ainda vivos
Denunciados assim :
Bocas que se beijaram no passado
Seguiram degustando ainda
O mel nos lábios, lambidos
Adoçando os desejos vívidos
Na espera de reviver outras vidas.
Braços que desataram os nós dos abraços
A pele que guarda o toque e ainda se arrepia só confirma a cumplicidade:
Mesmo em destinos, nessa vida, diferentes
Noutras já viveram amantes e amigos
E vão se encontrar naquela esquina
Num futuro invisível, ainda, a nossos olhos
Mas com a certeza,
De novo,  e pra sempre , gêmeas,
Almas amantes!

 

Edla Marinho
18/05/2015