//meuladopoetico.com/

Jonas Teixeira Nery

Ironia

Essa ironia que nos aplasta, nesse mundo desigual.

Mundo de fomes, de intolerâncias, contradições permanentes,

abalando minhas esperanças, meus sonhos. Mundo destoante!

Tanta ostentação nesta vida de pobrezas e angústias constantes.

 

Crianças que não tem infância, que não tem afeto,

deambulam por aí, nesse mundo descontinuado, contaminado,

sem carinho, sem abrigo, sem o aconchego de uma casa.

Tantos com sede, poucos ostentando riquezas, banalizando-se.

 

Entre guerras, nessas cidades poluídas e concretas,

crestas essas criaturas emoldurando essas paisagens,

entre medos e desesperanças, entre frio e dor.

Fugazes momentos de pão e água nessas caminhadas...

 

Indecifrável esse momento de tormentas, incertezas.

Em cada esquina olhares tristes e famélicos.

Em cada noite fria, frias tristezas nesse desamparo,

nessas desesperanças, nessa falta de abrigo,

 

Nesse mundo desigual só resta essa paisagem torpe,

descontinuada, desigual, amorfa, sem cores,

só resta essa tristeza daqueles que lutam a cada dia,

daqueles solidários, destituídos desse afã de querer por querer.

 

Ironia é o que fica, nesse mundo desigual, descompassado,

contraditório mundo de luxos e misérias, de aparências,

mundo assolado por tantas amarguras, nessas mulheres tristes,

nessas crianças de ares tristonhos, nessas cidades ácidas...