MariaLandim

Porque foi que vieste, Tu?? _parte II _

...
Silêncio... 
você, outrora,
era o elixir dos poetas.
Desde a aurora raiar,
já emoldurava o dia
e o frescor do amanhecer.
Transformava tudo em poesia.
Até o bucolismo das tardes,
magestosamente, enaltecia... 

Então, silêncio, você
Optou por transmutar
Sua essência
virou,
agonia, em cada lar!!
...
Lá na mesa da cozinha, 
está, uma cadeira vazia!
Pendurada no banheiro, 
a toalha a balançar!
...
O lado esquerdo da cama, silêncio,
está murcho, 
entre o lençol e o cobertor!
...
E aquele quadro, 
que retrata a família? 
Ahhhh.... É quem hoje observa, 
uma grande sala...
fria!
...
Espera o jardim, 
em vão, 
seu hilário regador!
E aquela cervejinha, 
de todo sábado a noite?
Passou do ponto silêncio.
Congelou!
...
O cheirinho bom do café 
que a casa perfumava 
logo ao cantar do galo? 
Hoje silêncio... o café...
não se coou!
tampouco, da churrasqueira,
preparada pro churrasco, logo mais ao meio dia?
Não. Do carvão...
não se ouviu nenhum estalo!!
...
Até na mesa do baralho
Não tem nenhum jogador
Ali, silêncio, você 
Despudoramente trapaceou.
Quatro cadeiras vazias,
Espiam,
Para o longo e vazio corredor
...
Aquelas janelinhas do zoom,
que você, silêncio, usurpou?
Eram ocupadas por jovens.
Estudantes.
Universitários. Brilhantes.
Ao coroamento da glória,
você, 
impiedosamente, 
os extirpou! 
...