Estou cansado de tantos escombros,
tantos muros nos rodeiam, tanto descalabro.
Quantas mortes mais nesses abandonos entre muros?
Onde nos levará tudo isso, essas mortes desmedidas?
Novos muros aparecem por aqui, cerceando-nos.
Entre sombras, essas infâncias se dispersam, sem esperanças.
Para que tantos muros, tantos escombros, tanta incerteza?
Construa-se liberdades, destrua-se essas sombras.
Tantos muros renascendo entre fomes, submergindo-nos,
em angústias, incertezas, pela vida, prosseguimos.
essa vida desmedida, sem sonhos, descompassada.
Tantos escombros dessas mulheres aprisionadas.
São muitas sombras advindas desses muros,
muitas hostilidades impingindo muitos medos, entre dúvidas,
nessa paisagem subvertida, sem magia, sem saída.
Sempre esses muros corroendo tantas vidas.
Como será a liberdade futuras com tantos muros?
Desenha-se uma geografia entre muros, dissonantes.
Muro do México, muro de Berlim, muros, muitos muros,
Muros que separam, que não alimentam, muro que proíbem.
Nessa vida urgente, surgem muros erguidos, cada vez mais alto.
Meu grito não se estende além dessas paredes, emudecido,
além desses medos, dessas fronteiras fechadas, dessas incertezas.
Quero pontes, não quero muros nesses dias turbulentos...
Basta desses muros, queremos ser livres como o vento,
livres como os pássaros, livres como as marés, sem medos.
Basta desses escombros, dessa falta de poesias e comida.
Queremos amar entre planícies verdejantes, ousando...