MariaLandim

Quantas sou?

Escrevendo um poema
Nele o poeta mergulha
Numa forte chuvarada
Grande nevasca
Dourada
Inteirinha de fagulha. 

E quanto mais ele escreve
Mais vividamente,
A vivência, 
Vivencia. 

Vive diferentes mundos
E diferentes momentos
Da tristeza
Da saudade
Das danças 
Tangos 
E fantasia
Das noites de boemia
E daquele não sei quê 
Que trás um quê de agonia!
Outra vez, trás euforia. 

O poeta devaneia
Transcreve a realidade 
E também a alquimia 

Da interação com amigos
O poeta, faz a música, o aperitivo,
churrasco, faz também a trilogia
Da convivência com a família.
O poeta delicia 

O poeta, do seu poema, distância. 
Olha-o. 
No dia seguinte.
Sua obra
Quiçá, sempre inacabada,
O poeta aprecia:
Fui eu mesmo quem escreveu?
Estaria eu dormindo?
Sonhando?
Sonambulando?? 

Não. 

Ora ela é uma busca
Ora espera e alegria.
Ora é o retrato da saudade.
Ora é a pura, atroz verdade.
A poesia é magia 

Sim. 

Eis aí a minha cria.