Escrevendo um poema
Nele o poeta mergulha
Numa forte chuvarada
Grande nevasca
Dourada
Inteirinha de fagulha.
E quanto mais ele escreve
Mais vividamente,
A vivência,
Vivencia.
Vive diferentes mundos
E diferentes momentos
Da tristeza
Da saudade
Das danças
Tangos
E fantasia
Das noites de boemia
E daquele não sei quê
Que trás um quê de agonia!
Outra vez, trás euforia.
O poeta devaneia
Transcreve a realidade
E também a alquimia
Da interação com amigos
O poeta, faz a música, o aperitivo,
churrasco, faz também a trilogia
Da convivência com a família.
O poeta delicia
O poeta, do seu poema, distância.
Olha-o.
No dia seguinte.
Sua obra
Quiçá, sempre inacabada,
O poeta aprecia:
Fui eu mesmo quem escreveu?
Estaria eu dormindo?
Sonhando?
Sonambulando??
Não.
Ora ela é uma busca
Ora espera e alegria.
Ora é o retrato da saudade.
Ora é a pura, atroz verdade.
A poesia é magia
Sim.
Eis aí a minha cria.