LHE DIGA QUE MORRO DE AMORES
Olho o relógio, o tempo não passa
Me questiono as chances da vida
Um dia à mais, postergo, sem graça
A noite em claro, não foi esquecida
Tu incomodas na minha janela
Abri -la não devo e quanto me custa
Trazes, quem sabe, notícias dela
Notícias tristes, e isto me assusta
Te desagrada a minha maldade?
E viestes rir da minha desgraça?
A prevernir-se duma tempestade
Tu vens te bater contra a vidraça?
Óh, quanto sofri buscando abrigo
Um ninho de amor, e de acalanto
Covarde eu sou, se ralho contigo
Quando só queres paz e um canto
Eis aqui, te proponho um trato
Pois sei que te perdes na escuridão
Deixo entrares um pouco no quarto
Caso um favor, me faças, então
Sinta o perfume que exala nos ares
O cheiro dela, suor e a fragrância
Eu sinto comigo e em todos lugares
Mesmo estando em longa distância
Amanhã, se fores, rompendo o dia
Não te detenhas beijando as flores
Entregue à ela, essa triste poesia
Diga que dela, morro de amores
Diga que sou a saudade em pessoa
E, desta vez, estou sendo sincero
Sou réu confesso, meu erro, perdoa
De coração, \"Te quero e te espero\"