Pansley

DESABAFO

 

Corpos na vala, vidas levadas;

Meu eu distorcido é suficiente para mim.

Bolhas pequenas e saturadas de aversão,

Pouco se conhece sobre a verdadeira gratidão.

 

Meu eu inflado, meu eu maior.

De tanto ego perdemos eco.

A terra se esvai em nossa mãos,

Nossa única casa, nossa conexão.

 

Destruímos uns aos outros e consequentemente a nós mesmos.

Nos afogamos na rasidade,

Nos embebedamos nos nossos medos.

 

Talvez eu pense demais,

Talvez eu sinta demais.

Não sei viver sem amor,

em consequência convivo com a dor.

 

O quanto mais precisa ser tirado?

Quanto mais precisa ser arrancado?

Se ausente de si, se espelhe no outro.

E assim, talvez, o mundo se cure pouco a pouco.