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Marçal de Oliveira Huoya

Original

Nascera indiferente

Mas somente no Outono é que despertara

Será que estava doente

Apaixonara-se pelo sol poente

Ficara sem alternativa, estava viva

Agora podia escolher entre a coroa e a cara

Seu baralho não tinha reis, somente valetes e damas

No seu sono agora agitado

Rolava toda noite pela cama

Ora para um, ora para o outro lado

Casara-se com a oportunidade

A liberdade que sempre lhe faltara

Em fidelidades tão claras

Entre o vigoroso resplendor do sol

E o brilho diáfano da lua

Entre o ouro e a prata

Entre o cão e a gata

Sentia-se mais sorte e nua

Agora ia para rua e se fazia serenata

Agora era bastante e inconstante

Era crua...