Às vezes o meu cérebro recebe
Uma descarga estranha de repente
De neurotransmissores e percebe
Premonição de morte. E do ambiente
Sinto-me longe como se uma sebe,
Entre mim e o real, na minha mente
Se interpusesse e então tudo se embebe
Duma aura de vazio envolvente.
Neste vazio o inútil se desponta
As angústias se fazem sem sentido
E da vida a visão nada mais conta,
Nessa minha percepção de modo astral
Eu me sinto em estado de morrido,
E perplexo ante o espectro do fatal.
Tangará, 21/08/2021.