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Nelson de Medeiros

O DESPERTAR DA VIGILIA

O DESPERTAR DA VIGILIA

 

- Escuto vozes, dizes tu tremendo...

-Vejo em sonhos um templo sacripanta!

Sons ecoam quais fossem harpas tangendo

o medo que em tu!Alma se alevanta!

 

Que são? Mau presságio? Queres saber,

pois dizes que este vate é decifrador

de sonhos... Não... Não é, mas tu podes crer

que antes, são visões sacrossantas de amor!

 

São vozes os sinos do campanário

que dolentes saúdam o seresteiro!

Triste bardo no lúgubre cenário,

esperando sua musa no mosteiro!

 

Não são vãs! São cânticos prenhes de dor

estas vozes que clamam teu abraço,

que suplicam pra que chegues qual condor,

ao santuário do amor sacro e lasso!

 

Não! Não há frase imposta pro teu medo,

nem limite a prender-te além do muro

ou sombra a conduzir-te pro degredo,

pois só há luz no mundo do amor puro!

Nelson de Medeiros