Vlad Paganini

DOCE TORMENTA

DOCE TORMENTA

 

Minhas lembranças estão turvas em teu rio

A ponta da tua língua limpa cada gotícula do meu corpo

Caçe em mim toda tua saliva

É só em mim que ela vive

É só em mim que ela goza

É só em mim que tua pele vibra

 

Morri uma segunda morte

Vivi pra te esperar

Minha cama é como um bloco de gelo efervescente

Caçe em mim todo teu desejo

Mostre teu rifle e solte teu fogo entre minhas pernas

 

Lembranças e soluços inundam a cama

Almofadas espalhadas e inchadas com o suor dos meus olhos

Lágrimas...

Salve tua febre na minha água

Mar salgado agri doce

Se entregue bêbado quente na minha grande cama de gelo

 

Lava, leve, lave toda tua alma no meu prazer

Meu coração ficou seco e meus olhos avermelhados

Inchados...esbugalhados

 

Minhas recordações estão em teu cio

Cama, lama, esparrama todo teu rio

Inflama...

Grito...

Mate tua segunda morte

Encontre comigo

 

Minha memória permanece no teu rio

Renasce límpido

Nada é triste, nada resiste

 

Tua pele na minha, sedenta

Teu pelo no meu

Doce tormenta

 

Vem...

Desejo teu corpo tua serpente

Minha cama é feita de fumaça fria

Queima feito bloco de gelo ardente

 

Vlad Paganini