Como um rio caudaloso...
corre forte, corre firme...
e
nas curvas corre manso...
corre até devagarinho...
até parece em repouso, ali, assuntando, quietinho,
mas...
nas profundezas do leito,
escondido, ninguém vê,...
como nas veias de um ser...
corre as águas fervilhando...
carregando...
empurrando...
todo um arsenal de cousas,
se misturam, se confundem,
ora vão, ora regressam,
se entrelaçam,
se arremessam,
escorregam,
se engalfinham...
tentam, na relva ribeirinha, seus tentáculos agarrar,
se arranham nos espinhos...
Recompõem-se,
se esquecem de correr, de a correnteza seguir, e,
neste surreal burburinho,
igual a redemoinho...
segue impávido...
errante...
em uma busca constante
pra saber onde verter...
onde as águas derramar...
quem sabe?
Talvez... quem sabe!
num lago!... um lago todo dourado?
Numa represa perene?
Quem sabe... Quem vai saber!
Não se poderá prever!
Não se sabe onde vai dar!.
Talvez, se espalhe...
se espalhe, pela imensidão do mar!...
Aquele, que em dias não tão distantes... dependendo da direção...,
velocidade..., da hora..., do norte,
de onde vinha..., dependendo do instante,... controlava até o tempo.
Focado...
concatenado...
sedento para, com a labuta diária,
lidar!
Sempre... sempre, \"o pensar\"!...
não há como não indagar:
esse reboliço todo irá um dia amainar?...