Nelson de Medeiros

VIDA REPETIDA...

VIDA REPETIDA...

Não me engano aqui tudo reconheço...
A praça é a mesma onde andava!
A rua a casa, a igreja que eu rezava
Pulsam latentes no meu peito opresso!

Da ponte –até juro- não me esqueço...
Por ela ontem mesmo eu cavalgava!
O rio, a fonte, a mata onde eu caçava
Tudo eu vejo através d!um véu espesso!

São retalhos de sonho permanente...
Apagadas visões d!uma outra era...
Lembranças que me saem do inconsciente...

Mas, por que estranho tal atmosfera,
Se -mesmo agora -também está presente
A mesma dor que a alma dilacera!

 

Nelson de Medeiros