Negra como um breu era a noite, longa e interminável
Prateada, a lua saliente no céu escuro se destacava
As estrelas eram como espelhos, brilhando, refletindo a luz do Sol
A solitude intensa deixava ouvir o som do silêncio
Convidado fui a entrar no espaço infinito e saber
Que a semeadura e livre, mas a colheita é obrigatória
Quando escolhido, não mais tem volta o caminho, é preciso ir
Revestido do sagrado pra compreender, entrei
São incontáveis as estrelas colocadas no azul escuro
Cada uma delas tem um nome dado por Deus
Brilhantes, uma delas se fez cadente me deixando ver
Sua luz se movendo veloz para em outro lado aparecer
Quanto mais se entra, mais se percebe ali não ter um fim
Obra iniciada pela inteligência suprema que não termina
Na eternidade o tempo é nulo e o peso inexistente
Como vinho que vazou do velho tonel que se partiu
Dormita a alma n\'outro corpo n\'um lumiar junto às estrelas
Já os prazeres dos sentidos ficam inertes como rochas
Tendo o Sêr pelos bons sentimentos de alegria e dor, evoluido
Permitido lhe é estar no astral junto das Marias e Josés
Sendo também uma estrela como elas, iluminando o amor.