Rodrigues de Senna

INTUS LEGERE

Vivo de tecer

trovas

numa época

de trevas.

Versos que se desovam,

entre o fim

e o prelúdio,

alimentam-me com sobras

e sobram no absurdo.

 

Grito,

pelas grutas,

a palavra que me habita,

entre a fome

e a fruta,

entre a flor

e a carniça.

 

Lúcido, lírico

ou lúdico,

escrevo como quem

anda a esmo.

Eu sou aquele

que fica

a um passo atrás

de si mesmo.