Vivo de tecer
trovas
numa época
de trevas.
Versos que se desovam,
entre o fim
e o prelúdio,
alimentam-me com sobras
e sobram no absurdo.
Grito,
pelas grutas,
a palavra que me habita,
entre a fome
e a fruta,
entre a flor
e a carniça.
Lúcido, lírico
ou lúdico,
escrevo como quem
anda a esmo.
Eu sou aquele
que fica
a um passo atrás
de si mesmo.