O temporal que encharcou a cidade
Molhou com força o asfalto e o cimento
O Kaos não mediu a força da maldade
Alagamento formou o engarrafamento
Ela não pediu licença ao chão
Nem dos pés cansados e descalços
O mendigo carregou seu colchão
Correu do relâmpago e seus percalços
A ingratidão da natureza ingênua
Se transformou na sociedade desigual
O céu e pediu a Zeus. Que pena!
Raios e trovões acabaram esfriando o quintal
A noite escura depois do raio
Deixou a cidade vazia
O gato preto miou não caio
E a amargura deixou a vida sóbria
A lua que apareceu por trás da nuvem
Fez sorrir aquela planta sedenta
O que mora na rua
Fez a fogueira à alma que esquenta.