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Abel Ribeiro

Ingrata chuva

O temporal que encharcou a cidade

Molhou com força o asfalto e o cimento

O Kaos não mediu a força da maldade

Alagamento formou o engarrafamento

 

Ela não pediu licença ao chão

Nem dos pés cansados e descalços

O mendigo carregou seu colchão

Correu do relâmpago e seus percalços

 

A ingratidão da natureza ingênua

Se transformou na sociedade desigual

O céu e pediu a Zeus. Que pena!

Raios e trovões  acabaram esfriando o quintal

 

A noite escura depois do raio

Deixou a cidade vazia

O gato preto miou não caio

E a amargura deixou a vida sóbria

 

A lua que apareceu por trás da nuvem

Fez sorrir aquela planta sedenta

O que mora na rua

Fez a fogueira à alma que esquenta.