Paulo Roberto Varuzza
Suas Mãos
As suas suaves mãos brancas,
Nunca acariciaram o meu peito que te pertencia
E que sofria com sua presença ausente
E, no seu eterno silêncio torturante,
Sentia apenas a sua distância,
Mesmo que ao alcance de meu braço;
Mas o seu eterno fugir.
Como as ondas do mar depois de morrerem na praia,
Deixava um rastro molhado por minhas lágrimas,
Que brotavam em meus olhos junto com a tristeza
Angustiante de te ver ao meu lado,
Resguardada e protegida pela sua capa de indiferença
Contra as minhas juras de amor,
Nascido depois de gerado por uma súplica
De meu coração cutucado pela sua imagem;
Menina flor que fez morada no meu coração,
Mas que eu nunca abracei,
Desde sempre eu perseguia a sua alma
Com a minha alma escravizada pelo amor,
Mas o sorriso dos seus lábios
Derramando pétalas graciosas sobre o meu sonho
Fazia do meu querer em te ver
Um braço forte que me protegia da solidão
E o abraço com o qual eu nunca te abracei
Permaneceu paralisado na escuridão da noite
Que veio depois do apagar-se da luz do dia
No qual você me deixou e me deixou só,
Com a minha saudade e os meus sonhos,
Onde você surgia radiante e sempre bela
E me abraçava
E me enlaçava o pescoço com suas suaves mãos brancas,
Que sempre fugiram de minhas mãos
E que traziam, bem dentro delas,
Apertada e escondida entre os dedos
A chave dourada que me libertaria do seu fascínio,
Mas a chave eram o seu adeus
O tempo
E a solidão.