O meu pecado foi amar-te,
Eu simplesmente te amei
E cavei
E cavei
E cavei o solo endurecido de seu coração,
Negro e estéril numa estonteante imitação do seu olhar,
Mas não encontrei o seu amor por mim,
Ele não estava lá,
Nunca esteve lá,
Escondia-se na sua distância silenciosa e impossível,
Cavei com minhas próprias mãos até sangrarem,
Cavei em vão.
Eu tentei outra vez jogando sementes deste amor,
Mas você não as regava
E, por maldade, rindo, deixava o sol entrar
Para secar o chão mais e mais,
E as sementes não viraram broto,
Semeei em vão.
Como última tentativa
Eu confessei a você o meu amor por você,
Foi em vão;
De dia, o meu pensamento era só você,
À noite, eu sonhava só com você,
Mas a angústia era teimosa em bater em minha porta
E eu a enganava enganando-me com a esperança,
Com dor no coração e muito choro,
Eu sentia que você estava indo embora;
Com as mãos e o coração machucados
E com lágrimas de tristeza nos olhos,
Eu percebi que a sua imagem embaçava-se com a luz do meu amor,
Que se apagava lentamente
E, devido ao seu silêncio, pintava-se com cores escuras de luto por ele mesmo.
E, por fim, a mágoa atropelou o amor,
Que, sofrida e lentamente, murchou e morreu,
Tudo acabou,
Sem adeus,
Nem amizade nasceu,
Só a mágoa
E a saudade,