Vlad Paganini

SANGUE SAGRADO

SANGUE SAGRADO

 

Há em mim um pulsar quente constante

Uma inesgotável fonte que corre e dilata minha pele

Uma mistura de odor e essência de flores

Uma brasa que resplandece em meu rosto

É um zumbir dos ventos um som espiritual

 

Há em mim um mar constante

Um homem feroz que desagua no meu olhar

Uma luz no peito que explode e se esparrama por todo meu corpo

Dilata meus pelos e meus poros

Se mistura com a minha febre meus segredos

Há em mim nobreza um dourado um refinamento

Um monge que surge das trevas e do calor do meu sangue

Um sangue que jorra plenitude dos astros, poesia

 

Há em mim temporais

Há em mim aurora imaculada do nascer do sol

Sou do pecado em carne viva

Sou do alto poder da caridade

Sou do sexo e do amor

Há em mim o som do zinco

Paródias canções e clarões

 

Há em mim chuva fina e tempestade

Há em mim o brotar do verso e a doce loucura da poesia

Há em mim um coração de orvalho

Um peito doutrinado

Um poderoso aliado a vencer qualquer obstáculo

Há em mim saliva que lambe e escorre em desatino

Há em mim um catecismo

Há em mim sangue que pulsa o teu agrado

Alma devassada sangue sagrado

 

Morrer pra nascer de novo

Esse é meu destino atrelado ao teu

Sangue embriagado na tua paixão amedrontada

Há em mim um violino virtual

Há em mim o teu arco que toca quente

 

Vida amor paixão e morte

Viver e morrer quantas vezes for preciso

E viver ao lado do teu sexo

Nossos segredos mais íntimos

Há em mim o desatino

Há em mim um poeta trovador

Há em mim somente amor

 

Vlad Paganini