SANGUE SAGRADO
Há em mim um pulsar quente constante
Uma inesgotável fonte que corre e dilata minha pele
Uma mistura de odor e essência de flores
Uma brasa que resplandece em meu rosto
É um zumbir dos ventos um som espiritual
Há em mim um mar constante
Um homem feroz que desagua no meu olhar
Uma luz no peito que explode e se esparrama por todo meu corpo
Dilata meus pelos e meus poros
Se mistura com a minha febre meus segredos
Há em mim nobreza um dourado um refinamento
Um monge que surge das trevas e do calor do meu sangue
Um sangue que jorra plenitude dos astros, poesia
Há em mim temporais
Há em mim aurora imaculada do nascer do sol
Sou do pecado em carne viva
Sou do alto poder da caridade
Sou do sexo e do amor
Há em mim o som do zinco
Paródias canções e clarões
Há em mim chuva fina e tempestade
Há em mim o brotar do verso e a doce loucura da poesia
Há em mim um coração de orvalho
Um peito doutrinado
Um poderoso aliado a vencer qualquer obstáculo
Há em mim saliva que lambe e escorre em desatino
Há em mim um catecismo
Há em mim sangue que pulsa o teu agrado
Alma devassada sangue sagrado
Morrer pra nascer de novo
Esse é meu destino atrelado ao teu
Sangue embriagado na tua paixão amedrontada
Há em mim um violino virtual
Há em mim o teu arco que toca quente
Vida amor paixão e morte
Viver e morrer quantas vezes for preciso
E viver ao lado do teu sexo
Nossos segredos mais íntimos
Há em mim o desatino
Há em mim um poeta trovador
Há em mim somente amor
Vlad Paganini