Doçura…
Ela, era anjo...
Desprovida de asas, seguia por vielas da vida, alma nua
Nela, não havia feridas, mas, costuras
Sorrisos inquilinos, habitavam em seus lábios
Nada os desalojava, ofertava-os
Ainda que, entre lágrimas…
Parcas palavras, porém, cálidas
O olhar por ela falava
Estrelas tagarelas, e nem era noite
Brilhavam para outros, que necessitassem dela
Apesar da vida dura, possuía a maior fartura
Alimentava a quem precisasse
Nunca permitiu à pobreza, tomar-lhe a fraternidade
Ainda que, restasse apenas o milagre
Mas, como anjos aqui não habitam
O céu cobrou, levou-a cedo
Tudo, o que dela restou
Lições, que gradualmente se apagam
Menos sua lembrança, pulcra e doce
Carrego-a, alivia meus medos...
Ema Machado