É madrugada e aqui estou eu refletindo e questionando meus demônios.
Sentada na cama me faço a seguinte pergunta: aceitamos o que merecemos ou merecemos o que aceitamos?
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A ideia de aceitar me parece algo como \"não posso recusar e fazer desfeita\", e quantas vezes aceitamos coisas mesmo sem querer, sem gostar pra não fazer desfeita, simplesmente por medo de não ser amada, reconhecida e aceita?
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A ideia do merecer me passar pelo limbo do \"construir pra ter\". Quando construímos algo baseado na nossa força, determinação, esforço e disciplina, reconhecemos o valor do \"não mereço menos que isso\", e ai esta a chave do processo.
Quando nos amamos não aceitamos quem não nos ame.
Quando nos respeitamos, não aceitamos quem nos falta com respeito.
Quando temos compromisso com nós mesmos, não aceitamos quem chega pra fazer bagunça, tudo isso porque sabemos e reconhecemos o nosso valor como mulher.
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É sobre ter alguém ao seu lado, alinhado com os seus valores o negociáveis e disposto a fazer o processo de construção junto a você.
É sobre não aceitar menos. É sobre não aceitar qualquer coisa. É sobre não aceitar de qualquer jeito e principalmente de não aceitar o que machuca.
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Sabemos o quão as taxas e tarifas emocionais são caras e o quão os juros disso nos rende, tira de nós um pouco da nossa dignidade, feminilidade, autonomia, amor próprio e sobretudo capacidade de amar.
Quando reconhecemos a conta absurda que é não nos cuidarmos, não aceitamos quem chega pra diminuir, só aceitamos quem soma, quem acrescenta, quem edifica e quem nos levanta.
E essa é a grande diferença entre meninas e mulheres.
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Por @maryellena_aguiar