Apenas um semblante
A expressar a complexidade da vida
Cárcere que contém a luz
Camuflada na verborosa sombra
Um rosto que sem sorriso se faz ausente,
Mesmo aqui diante de muitos olhos
Em fuga dos sonhos
Não vejo sua alma
Rugas, pálpebras e lábios arriados
Resignados na esperança da liberdade
Orelhas pendentes, nariz mais saliente
A protuberância evidente das suas extremidades
Guarda a ternura vespertina em brilho de sol poente
Sinais dos tempos idos do tempo idoso
Ainda há suspiros, ainda há anseios de sorrisos
Adormecida a fantasia de beijos
Voos razantes nos delírios desses olhos fechados
Sulcos marcantes reveladores de estrada
Símbolos a se decifrar a história dos tempos
Rabiscos no mapa da face