JOHNNY11

É com maldade

É com maldade que toco sem vergonha no teu seio
É com maldade que espero uma reacção da tua parte com muito anseio
É com maldade que colho sem permissão uma flor no teu canteiro
É com maldade que tenho pensamentos contigo o dia inteiro
É com maldade que prenuncio tal como o teu nome, o teu sobrenome
É com maldade que toco nessa tua saia branca e a uso como minha cobaia
É com maldade que me apoio na tua anca e encosto a minha cabeça esperando que aconteça algo mágico
É com maldade que te digo que este cenário é tão trágico como o 11 de Setembro de 2001
É com maldade que solto um riso perverso
É com maldade que te coloco no topo do universo
É com maldade que te roubo um beijo
É com maldade que digo para fechares os olhos
É com maldade que nessa hora me vou embora e te deixo à nora
É com maldade que te deixo assim estendida no chão sem rumo
É com maldade que com gestos impróprios te mostro prumo na vida
É com maldade que mais tarde de ti me reaproximo
É com maldade que uso palavras doces e matreiras que te deixam confusa e sem maneiras
É com maldade que brinco contigo ao gato e ao rato
É com maldade que digo que és o meu prato apetecível
É com maldade que solto sádicas bromas
É com maldade que te digo que todos os caminhos vão dar a Roma 
Que vão dar ao teu aroma!
É com maldade que quebro tamanha lealdade com tal beldade
É com maldade...
É com maldade que me acaricias o pescoço
É com maldade que consomes a fruta e deixas o caroço no fundo do poço
É com maldade que dizes que sou teu moço
É com maldade que me fazes uma serenata tipo cópia barata
É com maldade que com a boca cheia de batom percorres o meu leito em acentuado tom
É com maldade que me puxas bem perto das tuas curvas e o meu interior, perturbas
É com maldade que me pedes para escolher entre ouro e prata
É com maldade que me empurras e de seguida me chamas com o dedo indicador
É com maldade que em forma de descapotável me pedes para abrir a comporta
É com maldade que me pedes para ser o condutor e pôr o pé no acelerador
É com maldade que me contas uma piada com essa tua língua afiada
É com maldade que me dás um beijo de boa noite
É com maldade que pagas na mesma moeda
É com maldade que pedes para jogarmos às escondidas
É com maldade que já com poucas vidas conto até dez
É com maldade que quando me viro já nem sinal de ti
Foi com maldade que aprendi que cá se fazem cá se pagam